JOÃO MARIA, O ESPALHA-BRASAS!!
João (Maria) Noronha Lopes em certa medida recorda-me do Presidente do Sporting que precedeu Frederico Varandas, e cujo nome já mal me recordo, um "Bruno Miguel" qualquer coisa... Unicamente no sentido em que João Maria promoveU uma narrativa fatalista de que o Clube está muito mal, que está nas garras de uma "continuidade" (Vieirismo) que precisa ser quebrada com um candidato diferente.
Essa empolação dramática de que o Clube está sob o domínio de algumas forças tenebrosas, é o tipo de emolduração da realidade que é apelativa para as pessoas emocionalmente mais estúpidas e com menor experiência de vida, os jovens! Já no passado, esse tipo de campanha pareceu arregimentar uma imensa horda de rapazes homossexuais latentes (e ferozmente homófobos) em redor de um gordo com voz de bagaço e (ainda) mais divórcios do que micro-empresas falidas.
Aos constatar, que havia enorme afluência às urnas, deduzi que isso significaria uma tremenda vontade de retirar do poder quem lá estava, pois é mais fácil mobilizar uma oposição de descontentes do que aqueles favoráveis ou moderadamente satisfeitos com o incumbente. Suspeitei, que Noronha teria muitos apoiantes, talvez, mais do que aqueles parciais ao poder instituído (Rui Manuel Costa), mas que seriam na sua maioria uns "imberbes" com poucos votos.
É a minha divinação, de que João Maria talvez tenha mais votantes, mas Rui Manuel terá mais votos, provavelmente, porque, os associados mais velhos, percebem que o Clube não está num momento de grande fulgor, mas, também não estará à beira do abismo.
E se calhar, porque o fantasma do aventureirismo que sucedeu na segunda metade dos anos 90 ainda não desapareceu das suas memórias, e em decorrência disso, optam por apoiar um Presidente mediano do que num opositor que nas suas mentes é uma quantidade desconhecida.
Vi o debate, e fiquei com uma impressão negativa do candidato João Maria, que até pode ter a postura e produção polida de um candidato, mas não fala como um futuro presidente, possivelmente, por o seu (débil) estilo de comunicação se ajustar (ligeiramente melhor) a um formato de entrevista, mais do que o de uma discussão de ideias.
Essencialmente, João Maria parece ser uma pessoa pouco confiante quando os outros contra-argumentavam, notei que parecia desanimado quando lhe respondiam, dava respostas muito breves a esses contra-argumentos e ficava cabisbaixo, como se desprovido de ideias ou retórica quando a conversa requeria alguma improvisação, como se fosse um "robot".
Acima de tudo, não tem a aura de um líder, mas sim de um homem que não fala bem, debate pior, parece nervoso e o tipo de pessoa que está fora do seu elemento. E também, me pareceu ter uma campanha francamente negativa, no senso em que criticava mais do que oferecia soluções, passando mais tempo a "bater" em Rui Manuel do que a explicar o que ele poderia trazer ao clube, em momentos, chegou a parecer um total neófito nas andanças eleitorais.
Não que isto seja especialmente relevante, mas serei o único que quando vê um reclame da McDonald's fica maravilhado com a aparente dimensão e suculência da refeição, com uma espessa fatia de carne pelo meio? Mas, quando vou ao estabelecimento em si, a dose de carne é quase da dimensão de uma bolacha. Da penúltima vez que comi um hambúrguer nesse restaurante, sofri de uma indisposição similar a um envenenamento elementar, desconheço se pela carne (que parece ser sempre servida fria) ou do ‘ketchup’ que me serviram no topo da mesma.
No debate e na sua última entrevista, achei que Filipe Vieira (por quem tenho simpatia) se prejudicou ao ser demasiado igual a si próprio, com expressões como "se tivesse começado mais cedo, podia ter virado a cabeça a muita gente" e "toda a gente sabe que os benfiquistas são assim...".
Essencialmente, expressou-se como aquilo que ele na realidade deve ser, alguém que economicamente não precisa do clube para nada, e por isso, não está para se chatear. Até pela forma como tratou algumas pessoas, soou paternalista ou desbocado, chegando a transmitir a ideia, de que Rui Manuel e João Maria eram seus subalternos, e que Martin Mayer seria seu netinho.
No meu entendimento, Rui Manuel Costa venceu o debate, por uma simples razão, foi o que pareceu mais presidencial, não levantou a voz, não interrompeu ninguém, não insultou, não disse piadas, manteve-se calmo e sóbrio. Foi talvez aquele que menos comunicou, e possivelmente aquele que deu mais ouvidos aos seus assessores de campanha. Como diria o Mestre Santiago Gregório Fuentes, "um inculto calado soa melhor que um nervoso falante..."
Gostei de Martin Mayer, que passou a impressão de ser a pessoa mais genuína e séria em todo o painel.
Cristóvão Carvalho é aquele que parece ter uma aura de menor credibilidade, mas pelo menos no debate, tinha no pulso um Rolex GMT Master II (em tonalidade "Pepsi) com um bracelete 'jubilee' que deve valer uns 12.000 euros, portanto, ainda que seja ele um Carvalho e um Cristóvão, não me parece tão "à rasca" quantos outros Carvalhos e Cristóvãos que já andaram pelo futebol...
Como sócio do Sporting, a minha preferência teria sido ver João Maria e Nuno Gomes a liderar o Benfica, pois acredito que desgovernariam a instituição ao ponto de haver eleições antes do fim de 2027. Mas não se pode ter tudo na vida. No mínimo, não vencerá Luís Filipe Vieira, que é aquele que no meu compreendimento mais representaria uma ameaça aos desígnios desportivos do Sporting.
Ainda sobre associativismo, e para benefício dos menos atentos, o Benfica anda a "proclamar" há meses que tem 400.000 sócios e que deseja chegar aos 500.000, mas não aclarava, que apenas 160.000 dos 400.000 é que pagavam as quotas. Já o Sporting, que nem chegou ainda aos 180.000 associados, tem quase 120.000 sócios pagantes.
Por antepenúltimo, ouvi há dias José Mourinho dizer que lançou Petr Cech com 18 anos. Eládio Paramés deve ter-se esquecido de lhe dizer que o Cech já tinha sido titular em 3 (três) clubes diferentes antes de chegar ao Chelsea em 2004 com 22 anos de idade.
Por penúltimo, agora que Mariana Mortágua terá mais tempo livre, de certeza que irá para a Palestina assistir os sofredores, ou, será que só tinha "interesse" nessas benfeitorias enquanto esse voluntariado pudesse ser politicamente armamentizado?
Por último, ainda que na minha perspectiva tenha sido um 'fluke', não é impressionante a diferença que faz quando o Francisco Mónica Miguel deixa de insistir em Dolores Silva, quando mete Carolina Correia no XI titular, quando Fátima Pinto e Lúcia Alves jogam nas suas posições de raiz, e quando Carolina Santiago é reconhecida por tudo o que nos pode dar? Não um feito irrepetível, mas do qual não espero sequelas bem-sucedidas nos próximos anos.
A.C.F.
26/10/'25.

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