ALCATEIAS DOMINGUEIRAS.

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Passados 435 dias...

e o Mestre Micael Sequeira ainda não terá percebido, que Georgia Eaton-Collins é - e com considerável vantagem - a defesa tecnicamente mais dotada do Sporting. E sugiro que não o percepcionou, pois quem vê os jogos do Sporting, testemunha Anna Wellman ou Ashley Barron a construir jogo a partir da defesa com recurso a um 'kick-and-rush' que ninguém via desde o Everton dos anos 70.

Ele não deve entender, que Ana Capeta é uma boa atleta e uma jogadora abnegada, mas que necessita de melhorar a nível de posicionamento e técnica. A sua (tal como a de Raphino) posição de raiz, é como líder do ataque. No entanto, lá a mete na ala. Com as devidas - e que enormes são - distâncias, meter Capeta a 50 metros da linha de golo e esperar que ela renda, seria como meter Gabriel Batistuta na ala e esperar que ele marque golos, ou então, deslocar Didier Drogba para o posto que era habitualmente ocupado por Robben, e aguardar que ele fizesse a diferença.

O acima descrito, é quase o mesmo, que meter Diana Silva (que ninguém duvida da sua velocidade ou adaptabilidade) na ala e esperar que renda o mesmo que proporcionaria atrás duma "9" fixa. Semelhante a isto, só quando Paulo Bento meteu Yannick Djaló a jogar no meio, o que, no meu entendimento, foi uma total incapacidade de percepção quanto às suas características físicas e técnicas.

Quem é a "6" do Sporting? Eu não sei, talvez nem o Mestre Micael saiba, nem as que jogam nessas funções devem sabê-lo.

Érica Cancelinha não é uma jogadora rápida, nem atlética, no entanto, joga na esquerda, a dar cobertura à ala. Como é que alguém pode convencer-se de que uma jogadora com aquela morfologia vai conseguir cumprir com essas funções? E, no entanto, já lhe renovaram o vínculo até 2028. Bom, pelo menos, sempre deu para poderem promover a noção de que se aposta na juventude. Talvez a gestão seja feita a pensar em 'marketing' mais do que no sucesso desportivo.

Não me recordo do Sporting, nos últimos 10 anos, ter tido uma única jogadora na defesa canhota que me fosse capaz de convencer. Tiveram algumas que convenceram o Seleccionador Nacional, o mesmo que perdeu 9 jogos e empatou outros 2 neste ano quase a terminar. Julgo que foi Platão que disse "os incompetentes movem-se em alcateias..."

Brenda Pérez talvez seja uma jogadora produtiva para o ‘marketing’ e comunicação do projecto, mas qual é o seu real rendimento em campo? Deve ser fabuloso, uma vez que, já lhe renovaram até 2027.

Sinceramente, tendo em mente, os mini-milagres (sendo a fantástica Dani Arques o seu mais recente feito) que o 'scouting' do Sporting tem conseguido, mereciam uma equipa onde as jogadoras fossem potenciadas de uma forma mais racional.

A 25 de fevereiro de 2017, o Sporting recebeu o SC Braga em Alvalade, venceu, e se bem me recordo, passou para a liderança do campeonato que acabaria por conquistar, foi nesse contexto que atraiu quase 10.000 Sportinguistas ao estádio. E, no final dessa época, esse competitivo Sporting conseguiu meter quase 13.000 adeptos no Jamor para presenciar as "Leoas" a vencer (também) a taça de Portugal.

E a ironia, é que o actual plantel, é para além de qualquer margem para equivocação, melhor que o de há 8 anos. Mas, as suas faculdades parecem exploradas com um consideravelmente menor grau de competência.

O natal está a chegar, e espero, que até ao fim da sua vida, o Professor Micael Sequeira (que deverá ser demitido nos próximos dias ou semanas, caso fracasse no derby) todos os natais envie um SMS a Cláudia Neto e a Beatriz Fonseca (com esta, coitadita, só renovaram por mais 1 aninho), pois sem elas, temo que pudesse passar o natal em 5.º lugar.

Para domingo, só pessoas inocentes ou "masoquistas" irão ao estádio, pois da forma desordenada como a equipa do Sporting se apresenta, suspeito que as forasteiras poderiam deixar Lúcia, Cristina e Nycole no Seixal, e ainda assim teriam boas hipóteses de vir buscar os 3 pontos.

A maior "chapada" ao projecto do Sporting, é com o plantel que têm, perderem em casa contra uma equipa gerida por "Ivan qualquercoisa" e Mónica Susana Jorge.

Na mais recente A.G. do SCP, ouvi sócias dizer que seria preferível fecharem o futebol feminino. Mantenho-me em total desacordo com essa medida, pois gosto de futebol feminino, dispenso é (hipotéticos) "amadrinhamentos" e outros vícios morais mais.

Por último, grato às centenas de pessoas que têm lido as minhas colunas de opinião desde o início de dezembro, possivelmente, uma reacção que espelha perda de confiança numa comunicação institucional e hiper-optimista que durante demasiado tempo lhes tentou fechar os olhos, convencê-los de que tudo estava bem, e que as infelicidades eram apenas fruto do azar, ou que podiam ser apagadas com os habituais "estamos tristes".

Existe uma diferença conceptual entre estar-se (transitoriamente) triste e ser-se (sistemicamente) "triste". E não é preciso um doutoramento em gramática gerativa para o entender...

A.C.F.

15/12/2025





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