ORQUIECTOMIZADAS!!
Excelentíssimo Sr. Presidente,
Em julho passado, eu escrevi (e não para meu agrado), que em 25/26 não seríamos competitivos no futebol feminino da forma como ele estava presentemente estruturado, no que tangia a jogadoras, técnicos, direcção, etc. O tempo está a ser mestre e bondoso para com a minha presciência.
Dizem os eruditos, que não nos devemos focar demasiadamente na árvore (Micael Sequeira) ao ponto de não conseguirmos ter uma visão global da floresta (tudo o que engloba o FutFemSCP).
Para aqueles de nós atentos, o primário problema que resulta em défice de competitividade, não se prende com (uma crassa) incompetência da equipa técnica ou com um plantel desprovido de elementos tecnicamente dotadas e atleticamente brindado. Aproveito, inclusive, para o parabenizar, pois julgo que em anos recentes, o nosso 'scouting' tem operado verdadeiros milagres.
Fosse o nosso 'Mister' o melhor do Mundo, então, estaria ele no Arsenal, PSG ou Barça. Ele tem o valor que tem, e na minha óptica, o suficiente para montar um colectivo digno do símbolo que ostentam, desde que ele tenha rédea livre para dispensar, disciplinar, etc.
A real questão, a meu ver, é que a equipa é imensamente inconstante e não parece capaz de realizar o seu potencial. E no meu compreendimento, isso não se deve ao treinador não entender de tácticas, mas sim, à atitude das jogadoras, que francamente parecem sofrer de uma inconstância de motivação, em que, ora jogam briosamente em Roma, e depois, vergonhosamente, empatam em Alcochete contra as penúltimas classificadas.
Actualmente, a equipa segue num ciclo 4 jogos sem vencer, mas indubitavelmente, irão vencer um par, depois empatam 1 e perdem outro, é o 'modus operandi' da secção, e que há 8 anos se revela manifestamente insuficiente.
E tem sido assim com as Susanas Covas, com a Marianas Cabrais e agora, com os Micaéis. Parece quase, que trocar de treinadores é "maquilhagem" para disfarçar alguma "feieza" que persiste, e nesse propósito "maquilhador" sossegar as hostes de pusilânimes que se concentram (na 'net') somente em investir contra a única pessoa que dá a cara após as derrotas, o treinador.
Estivesse eu no seu presidencial posto, e felizmente para a minha qualidade de vida, não estou, eu, quando chegasse (nas semanas vindouras) o momento de dispensar os serviços do Professor Micael Sequeira, optaria antes por o promover à estação presentemente ocupado pela discretíssima Margarida Batlle y Font.
Para se ser uma líder eficaz, requer-se mais do que unicamente contenção emocional e recato. A direcção do futebol não pode estar nas mãos de uma proto-intermediária, de um ex-churrasqueiro de Minde, ou de uma inexperiente ex-advogada que nunca foi atleta de alto nível. Os resultados são os conhecidos nos anos dos seus mandatos. Há que mudar o perfil de quem dirige o futebol feminino e abandonar a "diletância".
Penso, e posso estar equivocado, que o Professor tem ideias interessantes no que concerne à postura da equipa, mas, à distância, a impressão com que fico, é que o Sr. Sequeira não tem real autoridade, e que talvez, demasiado lhe seja imposto por quem sobre ele tenha sobrealternia.
Se eu cresse que todas as jogadoras que estão nas convocadas para os jogos e que veem os seus contratos ser renovados, tal acontecia com a total aprovação e iniciativa dele, então, aí, sim, eu concordaria que ele seria uma equivocação. Perdoe-me, mas tenho sérias dúvidas que o treinador tenha pedido a renovação de certos vínculos.
Devemos aprender com o passado, substituir treinadores não parece precipitar reais mudanças, despachar 10 jogadoras por verão e ir buscar outras 10, igualmente não despoleta qualquer fortalecimento de ambições. Parece haver algo "endémico" à Academia que banaliza os treinadores e "orquiectomiza" (bilateralmente) o brio às nossas atletas.
Sequeira talvez tenhas as ideias correctas, mas não a latitude para as implementar.
Se e quando optar por implementar mudanças técnicas, a meio da semana apareça no balneário. Seja breve e seco, seja exigente e não "pedinte" ou indagador.
As jogadoras devem ter em mente que o decisor máximo da instituição está de olho nelas, de modo que sintam o ónus de corresponder às expectativas daquele que é o representante máximo dos associados.
Já desde o início de 2025 que tenho a intuição, que algumas atletas não consideravam o treinador. Foram embora, vieram outras, mas que após pelo endemismo serem "infectadas", também parecem ficar dessensibilizadas e indiferentes aos resultados se saldarem por vitórias, derrotas ou empates. Ao contrário dos aficionados, veementemente lhe asseguro!
O Sporting Clube de Portugal não precisa de princesas nem meninas habituadas a adulações e pouco tolerantes à quaisquer críticas, pois nem elas são aristocratas, nem os adeptos são plebeus. O problema, é um de falta de humildade e de profissionalismo, pois os correligionários Leoninos preferem Leoas e Guerreiras a umas 'influencers' que parecem distraídas por algo que se assemelha a narcisismo, a incessantes demandas por 'sponsors' e a pouco mais.
Na mais recente AG, ouvi sócias dizer que seria melhor encerrarem o Fut Fem SCP. Oponho-me totalmente a tal acção, pois continuo a amar a modalidade e a acreditar, que com profissionalismo, competência e liderança, tudo poderá ser solucionado. Haja interesse bastante em o introduzir na secção.
Não me proporcionou qualquer satisfação redigir esta missiva ou mover quaisquer críticas a fosse quem fosse.
Subscrevo-me com os meus melhores cumprimentos e Saudações Leoninas.
A. (26.518-0)
09/11/'25.

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